SÉRIE DIÁLOGOS: O PAPA SÃO PIO X E JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO

POR: MVA 

Esta história relembra como José Vicente de Azevedo preferiu ganhar uma benção papal autografada em lugar de receber um título honorífico.

Era o ano de 1908, a comunidade católica festejava os 50 anos de vida religiosa de São Pio X. Em São Paulo foi organizada uma peregrinação rumo ao Vaticano. Dela participaram José Vicente de Azevedo e sua família: a esposa Candida Bueno Lopes de Oliveira Azevedo, as filhas Maria Angelina, Maria Carmelita e Maria Thereza e o filho caçula Antonio Candido.

José Vicente era deputado e líder católico, ocupando o cargo de Provedor da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Sé.

Assim já eram notórias as obras de caridade por ele realizadas em São Paulo. Ao chegar em Roma, a família foi recebida em uma audiência particular pelo Papa.

Nessa audiência o Papa manifestou a intenção de dar-lhe o título de marquês, porém José Vicente solicitou que, em lugar do título de nobreza, lhe concedesse uma benção. A benção de São Pio X a José Vicente de Azevedo e sua família está em exposição no Museu Vicente de Azevedo.

O Papa alertou-o quanto à importância da conservação das finalidades de suas obras. Relatou Maria Angelina em seu diário (conservado no arquivo do Museu) as palavras ditas pelo Sumo Pontífice ao Conde naquela ocasião:

"Voltando ao seu país, não consinta que obra alguma de assistência ou proteção a pobreza, se afaste de seu escopo, e muito menos concorra para que tal se dê, pois a Obra de beneficência ou de caridade que se desvia de seu objetivo, e não cumpre rigorosamente os fins de sua instituição, perde as bençãos de Deus e as graças do Céu..."

José Vicente de Azevedo entendeu a mensagem do Pontífice e manteve firme a finalidade de ajudar os mais necessitados em suas obras assistenciais, missão que perdura na Fundação Nossa Senhora Auxiliadora – FUNSAI.