SÉRIE: A ÉTICA DE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO: A DÍVIDA DO BRASIL PARA COM A ESCRAVIDÃO
Você já pensou que a escravidão ainda não acabou no mundo? Para nos alertar sobre essa situação foi criado oDia Internacional para a Abolição da Escravidãopela Organização das Nações Unidas (ONU), que é comemorado no dia 2 de dezembro. Sabe-se que dezenas de milhões de pessoas infelizmente ainda vivem sob regime de escravidão. Vamos lembrar como Jose Vicente de Azevedo se posicionava sobre esse assunto em sua época:
Os avós de José Vicente foram ricos fazendeiros de Lorena, que chegaram a possuir uma das maiores fortunas da Província de São Paulo no século 19. Sabe-se que a riqueza das fazendas foi em grande parte fruto do trabalho escravo. Quando criança o Conde acompanhou de perto o trabalho dos escravos na roça. Isto aconteceu após a morte de seu pai, quando ele tinha apenas 9 anos. Presenciou os sofrimentos e os crimes perpetrados por certos senhores contra seus escravos.Esta experiência o marcou para sempre. Ele acreditava ser necessário reparar o mal causado aos escravizados e seus descendentes pelo muito que sofreram.
Muitas foram ao obras que ele criou com tal finalidade, aqui na cidade de São Paulo e em sua cidade natal Lorena. A primeira iniciativa foi a fundação da Instituição chamada Casas da Providência, em 1901. Esta se tornaria, em 1904, o Instituto Sagrada Família. Em um terreno de sua propriedade, de frente para a Av. Nazaré, construiu a Capela das Casas da Providência. Inaugurada em 1903 para lá levou uma grande imagem de São José ( que ainda pode ser vista no local) . Anexo à Capela JVA construiu duas casas para abrigar as primeiras Irmãzinhas da Imaculada Conceição, Congregação chefiada pela Madre Paulina (hoje Santa Paulina).
A Instituição Sagrada Família tinha entre suas finalidades a proteção, amparo, educação de descendentes de antigos escravos e a Congregação se comprometia a manter em funcionamento um estabelecimento "destinado a receber e amparar e educar meninas pobres e desamparadas, dando preferência as que, por questões de raça ou de cor. encontrassem dificuldades em receber o necessário amparo social."
Por fim
vejamos o que ele pensava quanto às fortunas que foram - e ainda são - criadas
como fruto do trabalho escravo: "O que foi ganho à custa do sofrimento alheio
não traz felicidade".
Esta e outras histórias estão preservadas no acervo do Museu Vicente de Azevedo da FUNSAI.
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