Mulheres na Ciência

01/02/2022

Quando pensamos nos cientistas que fizeram parte da história mundial, logo vem à nossa mente nomes como Einstein, Freud, Darwin e Stephen Hawking. Mas a verdade é que, além destes homens, várias mulheres dedicaram a vida para estudar e fizeram importantes descobertas, que revolucionaram a ciência. Apesar de pouca visibilidade, as mulheres pesquisadoras têm mudado a maneira como vemos o mundo. Através de pesquisas realizadas por mulheres descobriu-se a radioatividade, possibilitando a invenção do raio-x móvel; cálculos da mecânica da órbita permitiram que os americanos viajassem ao espaço; modelo matemático do formato da Terra tornou possível a tecnologia de GPS e o vírus da AIDS foi descoberto. Mais recentemente, mulheres cientistas têm desenvolvido método de edição de genoma, que poderá ajudar na cura de deformidades genéticas e doenças como o câncer, pessoas serão enviadas a Marte e ossos estão sendo "produzidos".

Segundo dados da UNESCO, as mulheres, atualmente, representam menos de 30% dos pesquisadores pelo mundo. Objetivando incentivar e promover a participação de mulheres na ciência, a ONU criou, em 2015, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência que é comemorado no dia 11 de fevereiro.

"Precisamos trabalhar para que mais mulheres se especializem e atuem na área da ciência. Isso possibilita a diversidade na pesquisa e expande o grupo de pesquisadores talentosos, trazendo novas perspectivas, capacidade e criatividade", afirma o coordenador dos setores de Ciências Naturais e de Ciências Humanas e Sociais da UNESCO no Brasil, Fábio Eon.

"As meninas precisam ter exemplos", diz a professora Hildete Pereira de Melo, do Departamento de Economia da Universidade Federal Fluminense. Ela é, juntamente com a professora Ligia Rodrigues, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, autora da pesquisa "Pioneiras da Ciência no Brasil". O estudo levantou mulheres importantes de diversas áreas científicas no país, em diferentes áreas do conhecimento, como física, química, agronomia, história, botânica, entre outras. Um dos principais objetivos dessa publicação foi inspirar a "descoberta" das brasileiras na história científica do Brasil. "As meninas não podem olhar para a ciência e achar que é um mundo masculino porque só tem homens".

Conheça algumas pesquisadoras e cientistas brasileiras:

Nise da Silveira (1905 - 1999)

Seu trabalho é pioneiro envolvendo esquizofrenia, utilizando a arte como forma de terapia ocupacional.

Elisa Frota Pessoa (1921 - 2018)

Desenvolveu pesquisas na área da física como a introdução da técnica de emulsões nucleares no Brasil e a sua aplicação em vários campos (física nuclear, biologia, partículas elementares).

Johanna Döbereiner (1924 - 2000)

A descoberta da associação entre bactérias e alguns tipos de gramíneas, revolucionou a produção de soja no país, representando uma economia anual de mais de 2 bilhões de dólares para o Brasil.

Sonia Dietrich (1935 - 2012)

Uma das pioneiras no desenvolvimento da fisiologia e bioquímica de plantas, descobriu um grande número de novas espécies.

Ruth Sonntag Nussenzweig (1928 - 2018)

Realizou trabalhos para o combate da malária e da doença de Chagas.

Mayana Zats (nasceu em 1947)

Pesquisa doenças neuromusculares (distrofias musculares, paraplegias espásticas, esclerose lateral amiotrófica). Em 2015, iniciou investigação sobre microcefalia em bebês nascidos de mães infectadas com o vírus Zika e participou da equipe responsável pelo mapeamento do gene que causa a síndrome de Knobloch, um distúrbio genético raro.

Adriane Ribeiro Rosa (nasceu em 1976)

É professora de Farmacologia e pesquisadora, desenvolveu um instrumento (Prova Breve de Avaliação do Funcionamento Psicossocial -FAST, o qual está sendo amplamente utilizado pela comunidade científica. Também desenvolveu outras duas escalas para aplicação em Psiquiatria no transtorno bipolar.

Carolina Horta Andrade (nasceu em 1983)

Desenvolveu medicamentos eficazes no combate a doenças como tuberculose, malária, esquistossomose e leishmaniose.

Elisama Vieira dos Santos (nasceu em 1987)

Estuda como tornar a descontaminação de solos e água mais barata, através da energia elétrica e renovável, como energia solar e eólica.

Nos últimos meses, as atenções da ciência estiveram voltadas para a pandemia da COVID-19. Diversos cientistas se destacaram, trabalhando em diferentes linhas de pesquisa e projetos, desde a identificação do coronavírus até a produção das vacinas e a divulgação científica. Oito brasileiras foram protagonistas no combate à pandemia, reforçando a importância da participação feminina na ciência: Ester Cerdeira Sabino, Jaqueline Góes de Jesus, Daniela Barretto Barbosa Trivella, Nísia Verônica Trindade Lima, Natália Pasternak Taschner, Daniela Mulari Ferreira, Margareth Maria PrettiDalcolmo e Rosana Richtmann.

Por CAJ