Dia Nacional do Cinema
Por Berçário
Acompanhar a história cinematográfica brasileira é um passeio pela memória do país.
Em 19 de junho de 1898, o italiano Alfonso Segreto voltava ao Brasil de uma viagem à Europa, onde foi adquirir equipamentos de filmagem. A bordo do navio francês Brésil, registrou as primeiras imagens em movimento no território brasileiro, a Baía de Guanabara na chegada ao Rio de Janeiro. O gesto do rapaz de 23 anos acabou se tornando a primeira filmagem realizada no país e, tempos depois, passou a marcar o Dia do Cinema Brasileiro.
Foto: Acervo/História do Cinema Brasileiro
As primeiras filmagens brasileiras
Os filmes "Chegada do trem em Petrópolis" e "Bailado de Crianças no Colégio, no Andaraí" são curta-metragems do tipo documentário, sem som e em preto e branco com direção de Vittorio Di Maio.
Os primeiros filmes de ficção datam do início do século XX. Normalmente, eram sobre crimes noticiados nos jornais. O curta-metragem "Os Estranguladores" (1908), de Francisco Marzullo e Antônio Leal, é considerado a primeira película de ficção do Brasil. Já o primeiro longa-metragem foi "O Crime dos Banhados" (1914), dirigido por Francisco Santos.
Os filmes cantados surgiram em 1909, quando os atores ficavam atrás da tela, dublando ao vivo o filme.
Cinédia, o primeiro grande estúdio do Brasil, surgiu na década de 1930 e lançou a atriz Carmem Miranda. Outro grande estúdio foi a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, inaugurada em 1949.
O primeiro filme brasileiro a vencer o Festival de Cannes, na categoria aventura, foi O Cangaceiro.
As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas pelo Cinema Novo, o maior movimento cinematográfico brasileiro com ênfase na igualdade social e intelectualismo que ganhou destaque no Brasil.Nessa época o Brasil venceu a Palma de Ouro com o filme O Pagador de Promessas de Anselmo Duarte.
A crise econômica dos anos 80 se refletiu na produção do cinema brasileiro. Faltava dinheiro para a produção de filmes e para os espectadores pagarem os ingressos nos cinemas. A extinção da Embrafilme se dá em 1990, o que prejudicou o setor.
Em 1993, a criação da Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual e a Lei do Audiovisual, significaram a volta do cinema brasileiro. Historiadores consideram o filme "Carlota Joaquina " A Princesa do Brasil" (1994), de Carla Camurati, o início da retomada. O filme teve repercussão internacional.
No período pós volta do cinema os filmes brasileiros se consolidaram como opções "vendáveis" no mercado. Em 2013, mais de 120 longas chegaram às telas, muitos deles com públicos acima de um milhão de espectadores. Ao mesmo tempo em que as comédias têm conquistado sucesso comercial, produções independentes brasileiras cada vez mais ganham espaço nos festivais de cinema internacionais.
O impacto da pandemia no cinema brasileiro
Por CEI
Em 11/03/2020, a COVID-19, foi caracterizada pela Organização Mundial da Saúde, como uma pandemia. O termo "pandemia" se refere à distribuição geográfica de uma doença e não a sua gravidade.
Foto: Unsplash
A pandemia acometeu o cenário econômico mundial como um furacão, afetando os empregos e deixando os trabalhadores com a renda comprometida.
O isolamento social e a quarentena obrigaram as pessoas a se reinventarem e se adaptar com o trabalho remoto.
Além do campo das ciências da saúde, diversas áreas foram atingidas pela pandemia. A indústria cinematográfica foi afetada por dificuldades financeiras, estruturais e artísticas. Os cinemas permanecem fechados, estreias adiadas e as filmagens de produções em curso tiveram seus cronogramas alterados, isso por causa da adoção de medidas de isolamento social necessárias à segurança sanitária, uma vez que roteiros e protocolos de segurança nos sets de filmagem precisaram ser adaptados à realidade da pandemia. Além de baixo investimento na área, as produções estão cada vez mais caras, por causa da grande compra de equipamento de proteção individual (EPIS).
Artistas, preocupados com a interação com seu público em tempos de pandemia, foram os primeiros a colocar sua arte on-line, gratuitamente. E a pergunta que se coloca para o futuro é: como essas relações de troca vão se reorganizar, como essa arte online será remunerada?
Quanto ao cinema brasileiro, a Agência Nacional do Cinema aprovou a criação de uma força tarefa para ajudar a analisar os projetos e orçamentos durante a pandemia do Covid-19. O objetivo foi o de seguir com as aplicações de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) neste setor, que foi muito prejudicado durante o período de quarentena.
Para organizar a retomada de todo o setor, que envolve grandes redes, cinemas independentes, produtoras e distribuidoras de filmes, foi criado o movimento Juntos Pelo Cinema.
Foto: Divulgação
Juntos Pelo Cinema é um movimento que busca fortalecer toda a cadeia cinematográfica no Brasil, que reúne mais de 280 profissionais do audiovisual. A princípio, é um esforço coletivo de refazer a ponte entre os espectadores e os cinemas que ficaram fechados e reabriram com rígidos protocolos de segurança e bem-estar.
Enfim, o Movimento #JuntosPeloCinema tem como objetivo
fortalecer o setor, cobrar apoio dos governos e estabelecer protocolos de
segurança para a volta dos cinemas.
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